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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

IN MEMORIAM


Nada pode ser tão letal

Quanto o veneno do desprezo

Quando servido em copo de cristal

Sem cor e sem algum sabor

Destrói com sua indiferença...

Borbulhante incolor - visceral

Na boca vai o doce amargando

Garganta abaixo escorrendo

Envenenando pouco a pouco

A enganada alma.

E diluindo o que lhe foi bom licor

O fel dado à sombra do silêncio

Deixa gosto desgosto ao dissabor...

Partindo em dois a taça do amor

Afoga esperanças e alegrias

Nas lágrimas de sal em sangria.

E o amor...

Esse que longe passa de ser eterno

Morre sem socorro e piedade

Nas chamas dum solitário inferno.

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