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segunda-feira, 31 de maio de 2010

SER POETA




Ser Poeta

É dar vida à morte

E da morte tirar vida.


EMBAÇADA VIDRAÇA


Cansei de olhar essa vidraça
Embaçada por coisas passadas
Vendo as gotas, que escorrem
Avivar lágrimas duma saudade.

Eu cansei de vê-la tão suja
De sombras ruins impregnada
Ofuscando toda a visão bela
De sol abrindo as alvoradas.

Cansei de fechar as cortinas
Para não chorar ao ver a lua
Mas não vendo sorrisos na rua
Perco os risos da minha poesia.

Vou arquivar no porão da alma
Toda página, que me lembre dor
Sem vendas encontrarei um veio
De verdadeiras rimas para amor.

Destrancarei a vidraça esquecida
Pra que entre boas novas de vida
E refletindo luz - o meu Espírito
Abrir-se-á uma janela ao infinito.


domingo, 30 de maio de 2010

AMA-ME


Ama-me muito
Como se a nós
Não houvesse o amanhã
Como se as noites
Não tivessem mais fim nesse afã.

Olha-me sempre
Como me olhaste
Naquela primeira vez
Pra que ainda, mil vezes
Venhas corar a minha tez.

Abraça-me hoje
Como ontem
Naquele teu lasso abraço
Quando me tiveste livre
E mais mulher em teus braços

Fala-me agora
Aquelas tuas incontidas
E antigas juras
Mesmo que no passado ou futuro
Não sejam elas tão puras.

Escreva-me versos
De querer e desejos
E a minha pele umedeça.
E com teu prazer me banhe
Até que o dia amanheça.

Toma-me tua
Sem nenhuma magoa
Sem sombras a beira
Como se eu fosse ainda de ti
A tua parte melhor e inteira.

Doe-se inteiro
Pra que hoje eu perpetue em ti
O amanhã assim…
De paixão e amor infinito
Pra que não mais partas de mim.


sábado, 29 de maio de 2010

PARTÍCULA DE AMOR


Sou pássaro sem ninho
Um sonho sozinho
Uma poesia sem dono
Um vácuo no sono
Um verso perdido
Esquecido - não lido.

Sou rosa com espinhos
Perfumando caminhos
Sou todo canto de dor
Em esperança de amor
Sou no frio do inverno
Calor de corpo terno.

Sou a lua encoberta
A procura da luz certa
Sou o Sol da manhã
A realidade fútil e vã
Sou a onda sem mar
Livre alma a sonhar.

Sou apenas mulher
Que poetiza seu viver
Eu sou inteira poesia
Imergindo em fantasias
Eu sou um poema só
Partícula de amor ao pó.



sexta-feira, 28 de maio de 2010

CARRUAGEM DE SONHO


Tão encantado é o sentimento
Que suave me acaricia
Viajando por curvas e retas
Abrindo-me o portal do tempo.
Blindado e mágico esse amor
Risca de cor, o breu dos céus
Brilha a carruagem posta ao vento.

A sua luz refletindo os momentos
Reveste as minhas poesias
Agrega-me e assim me celebra
Com seu passar, o meu tempo.
E serenando esse amor
Sob os mantos serenos meus
Borda-o veloz com os fios de vento.

E são os seus leves movimentos
Seqüências em primícias
Envolvendo na paixão explícita
A nudez desse querer sem tempo.
E repousado esse sonho de amor
Em abrigo noturno, ao colo de Zeus
Sobrevive a mais fria fúria dos ventos.



sexta-feira, 21 de maio de 2010

EU SEMPRE TE AMEI...


Eu sempre te amei...
Em cada verso, em cada rima
Mesmo quando eu ainda não sabia
Mesmo quando o sol não me deu novo dia
Mesmo quando morei no lado escuro da lua
Eu te amei buscando sempre o teu nome...

Eu sempre te amei...
Sem ao menos saber, se eu ainda o teria
Sem saber se nos teus sonhos, me querias
Eu já repousava em teus braços meu corpo
Desnudo dos amores frios, insanos e impuros
Pra que me cobrisses do êxtase que venturo.

Eu sempre te amei...
Mesmo quando a lágrima acompanhou o vento
Para que viesses ser, o meu verso em rebento
Tomando o lado esquerdo, deste solitário leito
Alinhando a tua alma, com o sopro da minha...
Fazendo novo tempo, as esquinas desta vida.

Eu sempre te amei...
E te desenhei nas constelações imaginárias
E me levaste mil vezes deste mundo algoz...
Para que eu fizesse de poesia, o amor maior
E te mergulhasse no infinito, dum verso azul
E tivesses a certeza, de que sempre te amei.

Eu sempre te amei...
E mantive aqui comigo esse grã segredo
Longe de todo olhar de desentendimento
Salvo dos dissabores e fugazes lamentos...
Guardei-te na estrela reluzente de quimeras
Para transformá-lo em anjo de luz, deveras.

Eu sempre te amei...
E te amarei nesse meu jeito de ser...
Mulher-menina, musa-poeta, doce-felina.
Aspirarei cores pra te entregar em flores
Os versos desta alma, o gozo deste corpo
E os suspiros d’amor que só a ti entregarei.



DOCE ACALANTO


Menino me sorria
Eu preciso quanto
Esqueça o pranto
Teu sorriso é poesia.

Traz-me teu canto
Em farta alegria
Ilumine o meu dia
Com luz de encanto.

Tem no olhar magia
Sem saber é meu manto
Quero-te perto e tanto
Nessa fugaz fantasia.

Dá-me o véu santo
Do amor e da harmonia
Envolva-me na sinfonia
Do teu doce acalanto.



quinta-feira, 20 de maio de 2010

QUERIA VOLTAR A SER...


Ah! Eu queria voltar a ser
Aquela mulher tão menina
Que vivia apenas sorrindo
Os versos de amor parindo
Ora tão doce... Ora felina...
Sem ver o sonho se perder.

Voltaria então, a conjugar
Nas minhas tantas poesias
Sem sombras e sem dúvidas
O elo forte que uni duas vidas
Dando-me a paz e harmonia;
O maravilhoso verbo – amar!

Ah! Eu queria... Queria sim!
Poder voltar a viver o amor
Entregar-me inteira a paixão
Com corpo e alma em doação
Vendo a poesia se abrir em flor
Apagando o mal dum triste fim.


quarta-feira, 19 de maio de 2010

TEM GENTE ASSIM...


Pensei...
O que lhe faz ser tão ausente
Ao que recebe, ser indiferente?
Mostrou-se nada gentil e grato
Mostra ser, um arrogante nato!

Repensei...
Pra si mesmo, ele tanto olha...
Que seu orgulho o veste e tolha
De ver a outros, com humildade
E sentir na alma, a simplicidade.

Deduzi...
Deve pensar ser dono do mundo
Talvez o rei dum escuro profundo
Onde acredito só ele deva reinar
E em solidão su’alma perambular.

Conclui...
Melhor mesmo é deixar pra lá...
Pois planto flores do lado de cá
E colho só sentimentos sinceros
Sem sombras e falsos lero-lero...


É triste constatar que exista gente assim...


OLHAI...



Se te achas superior a muitos

Olhai a Cristo

Que foi sempre humilde

Sendo Ele superior a todos...



terça-feira, 18 de maio de 2010

E EM AMOR AMANHECERAM...


E se foram tantas e tantas luas...
E nasceram tantos e tantos sóis...
Os rios transbordaram e secaram
Os mares foram mansos e bravios
Mas aquele amor a tudo vencia...
Destemido, em luz riscando o céu
Uma semente pura, em solo fértil
Estrela nobre no vasto Universo.

E se passaram tempos e tempos...
Nos lentos ponteiros, dum relógio
Quase que num vácuo se perderam
D'olhar, um distante o horizonte...
Suas vozes em clamor se aqueciam
E seus corações de lamentos viviam
Até quê, suas almas em tom de prece
Uniram-se e em amor amanheceram.



segunda-feira, 17 de maio de 2010

ESSA NOITE...


Essa noite...
Senti a ausência
Do amor em mim
De corpos desejosos
De lábios umedecidos
Pelo êxtase da paixão.

Essa noite...
Senti só o vazio
D’um quarto a meia luz
Num corpo sem suor
No silêncio sem amor
No leito desfeito e frio.

Essa noite...
Senti as lágrimas
Da alma em saudade
Sem a cumplicidade
De corpo colado a corpo
Num desejo de amar.

Essa noite...
Senti falta de beijos
De abraços envolventes
Sussurros de prazer à alma
De corpo em amor presente.



domingo, 16 de maio de 2010

EM BRAÇOS DE AMOR


Abra os braços e me acolha na paz do amor
Envolva a minha alma, na tua luz em alvor...
Aconchegue todo meu corpo, no teu carinho
Oferecendo paixão, entre os lençóis de linho.

Leve-me contigo em sonhos a outros mundos
Faça que meus versos sejam o sêmen fecundo
Tatue na minh'alma, a tua alma em brandura
E do teu corpo me dê o prazer, como tua jura.

Assim, eu terei noites mágicas nos teus braços
No leito, cores e aromas, de flores aos maços...
Neste corpo a escorrer, teus versos orvalhados
E nos olhos, a luz do êxtase, por ter me amado.


DESPERCEBIDAS...



E eu assim, adormeci
Sobre todas aquelas palavras
Tão minhas...

Palavras que passaram
Despercebidas, de serem elas
Tão tuas...


SILÊNCIO...


É noite
O poeta está só
A solidão não lhe pesa
É só um estar só...

Da janela
Observa a lua
A brisa toca-lhe o rosto
Estrelas são musas nuas.

O silêncio
É o tocar do amor
É o verso doce e perene
Na quietude dum sonhador.


sábado, 15 de maio de 2010

AMOR em LIBERDADE


Sou tão triste quanto, todo sonho que escapa
E tão alegre quanto, cada romper de alvorada
Sigo apenas, como um verso, de instinto frágil
Uma poesia trôpega, em busca de sua morada.

E, me encontrando no mundo dos teus versos
Revelo-me num silêncio de estrela imaginária
Adoço a minha alma, com a voz da tua alma...
E amargo o eco da noite quando me solitária.

Abraço os cristais de todos os teus sorrisos
E viajo na luz, do teu olhar terno de menino
Sonhando os teus sonhos desenho os meus...
E o corpo em poesia, sob o teu corpo inclino.

Tomo o sumo dessas tuas viajantes palavras
Encarcerando-as, na luz do amor-eternidade
Tenho-te nesses sonhos e versos purificados...
Deixando-te voar alto - nas asas da liberdade.



NA CONTRAMÃO…



Andar na contramão do amor

É perder o sentido da vida

Perdendo o que ela tem e nos dá

De beleza e de maior valor.



sexta-feira, 14 de maio de 2010

APAIXONADOS ERRANTES


Venha veloz, meu nobre cavaleiro
Do teu sonho me faça prisioneira
Deixe meu nome na estrela passageira
E risque o céu, como bravo guerreiro.

Dos meus desejos seja aventureiro
Dos meus prazeres, esteja à dianteira.
Serei tua poesia, primeira e inteira...
Serás o meu verso, puro e altaneiro.

E nesse galopar de almas vagantes
Luas e sóis, serão a nossa luz-guia
Em um céu infindo de imaginação...

E dos corpos, criar-se-á a constelação
Pra ter eterna morada, a fantasia
De nós dois, apaixonados, errantes.



quarta-feira, 12 de maio de 2010

ILUSÃO



Ah! Doce ilusão

Abraça-me...

Pra que meus sonhos

Não pereçam

E não se desfaça

A minha crença...

Não quero crer

Que o amor

Seja só reles palavra

Posta a rimar versos

Aquecendo frias sentenças.



terça-feira, 11 de maio de 2010

CINZAS DE MIM


Deixei escrito
Na cabeceira da vida
Pedaços de mim
Chamei de poesia
As linhas desalinhadas
Que me fez assim.

Quebrei do tempo
O silêncio de tempos
Felizes e inocentes
Para tão assim
Deixar meu espírito
Conhecer o não e sim.

Fugi do mundo
Viajei sem bagagem
A alma sem disfarces
O corpo sem roupagem
No coração - a imagem
Do amor e suas fases.

Peregrinei só
Mas sem nenhuma dor
Como verso sozinho
A caminho da lua e do Sol.
E no vento a favor...
Soprei as cinzas de mim.



PLENA DE AMOR


Eu me detive em me entregar a outros tantos braços
Que me ofertavam o carinho e o amor em lindos laços
Paixão e prazer para meu corpo deixado em carência
De ter os desejos realizados em impulsos de clemência.

Eu me prendi a esse amor, que nasceu através de versos
De um sorriso tão menino, como sê, uma luz no Universo
Tomasse-me e me levasse pelos caminhos desconhecidos
Ainda não visitados, despertando sonhos adormecidos...

Eu parei o tempo, no tempo em que o meu corpo te pediu...
Os prazeres não fugazes, a plenitude que minh’alma cerziu
E de cada arrepio que a minha pele sentiu, ao teu me olhar
Um êxtase em longo gozo foi a essência plena de um amar.

Eu me recusei a todo coração, fechei o meu, sem titubear
Por saber que só você e a mais ninguém eu poderia amar
E eu te segui em silêncio e me fiz dona de tuas noites e dias
E apossando do teu ser, sem que notasses, vivi a tua poesia.

Assim é que eu te amo, com latejante desejo de ter em mim
Numa eterna espera, sem por minutos pensar se terá um fim
Apenas eu te amo, desde a primeira palavra e o primeiro olhar
Desde o imaginar as tuas mãos, com amor, todo meu ser tocar.



quinta-feira, 6 de maio de 2010

MÃE



Abrir de braços
Doce cantiga
Ninando a vida
Rumando passos.

Carinho amigo
Maior amor
Alento à dor
Seguro abrigo.

Feroz leoa
Alma sagaz
Protetoras asas
Da nau, a proa.

Mãe – Singular
Abstrato – Concreto
Sentimento Completo
O sumo do verbo amar.


quarta-feira, 5 de maio de 2010

EU TENTEI...


Eu tentei tantas vezes de ti fugir
Tentei me esconder do teu olhar
Desse teu carinho a me espreitar
Tentei por vezes apenas, de te ir.

Eu tentei o sorriso teu não querer
As palavras tuas fingir não escutar
Tentei meu ser não voltar a amar
Mas ao tentar, mais eu quis te ter.

Eu tentei fechar este meu coração
Não ouvindo o teu, ao meu chamar
Tentei fazer a minha alma se calar
Dando voz a razão e não a paixão.

Tentei nesse teu corpo não atracar
Mas me deste ele, como casto leito
Tomando minhas dores em teu peito
Silenciando-as pra não mais voltar.

Tentei não me entregar ao teu amor
Mas querendo que viesses me regar
Para que eu pudesse muito te amar
Desabrochando mais uma vez - flor.

Tentei, mas me deste mais que pedi
E embriagada pela tua pura essência
Rendi-me ao teu amor em excelência
E dos teus braços, não mais eu fugi.


terça-feira, 4 de maio de 2010

DE AMOR...


De amor me perco
De sonhos vivo
De sorrisos me faço
De ternura te laço.

No amigo me abrigo
No caminho me lanço
No passado revivo
No presente me sinto.

A caída me agiganta
A poesia me encanta
A sabedoria me espanta
A memória me é farta.

O simples me é belo
O verdadeiro me é certo
O amor me é eterno
O viver me é completo.

Na alma guardo a paz
No coração guardo o perdão
A vida eu levo com amor
Mesmo que a vida diga não!


domingo, 2 de maio de 2010

SOLIDEZ


O amor - dois unifica
Enraizado em solo fértil
Ele tem a força da vida
E sua semente germina
Mina vidas - gera frutos
Frutos de um amor
“Bem-aventurados” filhos.

Neste caso...
É verdade, meia árvore
Foi muito cedo podada
Pela vontade de Deus Pai
De nós sua vida foi levada
Seguindo esta outra metade
Com a mesma força do amor
A mesma solidez daquele início
Que hoje compraz o resultado.

Lá atrás, nos parecia
Tão distante esse futuro
Que agora me é o presente
Bem diante dos meus olhos.
Ver os nossos filhos felizes
Dá-me a plena certeza
De que o nosso sólido amor
(Mesmo saudosa da tua presença)
Foi enraizado e até a morte venceu
Frutificando neles, essa felicidade.


sábado, 1 de maio de 2010

E...


E...

Despida dos idos amores
Quero um silêncio me vestindo
Revestindo a minha alma
Com o brilho da lua que já vai indo.

Quero a inocência de anjos
Despertando o cântico adormecido
Deixado nas asas dos sonhos
Num canto qualquer aqui esquecido.

Quero refeitas as vozes
De todos os meus silêncios contidos
Gritá-los no abrir das portas
A voz de versos em mim envelhecidos.

E livre da mortalha fria
E sepultados os meus versos sofridos
Amanhecer ao som da aurora
Acordar num tempo pelo amor movido.


AH! O AMOR...



Nem sempre o amor nos leva

Às portas dum paraíso

Mas é... Num paraíso

Que o protegemos e guardamos.