Tão encantado é o sentimento Que suave me acaricia Viajando por curvas e retas Abrindo-me o portal do tempo. Blindado e mágico esse amor Risca de cor, o breu dos céus Brilha a carruagem posta ao vento.
A sua luz refletindo os momentos Reveste as minhas poesias Agrega-me e assim me celebra Com seu passar, o meu tempo. E serenando esse amor Sob os mantos serenos meus Borda-o veloz com os fios de vento.
E são os seus leves movimentos Seqüências em primícias Envolvendo na paixão explícita A nudez desse querer sem tempo. E repousado esse sonho de amor Em abrigo noturno, ao colo de Zeus Sobrevive a mais fria fúria dos ventos.
Eu sempre te amei... Em cada verso, em cada rima Mesmo quando eu ainda não sabia Mesmo quando o sol não me deu novo dia Mesmo quando morei no lado escuro da lua Eu te amei buscando sempre o teu nome...
Eu sempre te amei... Sem ao menos saber, se eu ainda o teria Sem saber se nos teus sonhos, me querias Eu já repousava em teus braços meu corpo Desnudo dos amores frios, insanos e impuros Pra que me cobrisses do êxtase que venturo.
Eu sempre te amei... Mesmo quando a lágrima acompanhou o vento Para que viesses ser, o meu verso em rebento Tomando o lado esquerdo, deste solitário leito Alinhando a tua alma, com o sopro da minha... Fazendo novo tempo, as esquinas desta vida.
Eu sempre te amei... E te desenhei nas constelações imaginárias E me levaste mil vezes deste mundo algoz... Para que eu fizesse de poesia, o amor maior E te mergulhasse no infinito, dum verso azul E tivesses a certeza, de que sempre te amei.
Eu sempre te amei... E mantive aqui comigo esse grã segredo Longe de todo olhar de desentendimento Salvo dos dissabores e fugazes lamentos... Guardei-te na estrela reluzente de quimeras Para transformá-lo em anjo de luz, deveras.
Eu sempre te amei... E te amarei nesse meu jeito de ser... Mulher-menina, musa-poeta, doce-felina. Aspirarei cores pra te entregar em flores Os versos desta alma, o gozo deste corpo E os suspiros d’amor que só a ti entregarei.
Ah! Eu queria voltar a ser Aquela mulher tão menina Que vivia apenas sorrindo Os versos de amor parindo Ora tão doce... Ora felina... Sem ver o sonho se perder.
Voltaria então, a conjugar Nas minhas tantas poesias Sem sombras e sem dúvidas O elo forte que uni duas vidas Dando-me a paz e harmonia; O maravilhoso verbo – amar!
Ah! Eu queria... Queria sim! Poder voltar a viver o amor Entregar-me inteira a paixão Com corpo e alma em doação Vendo a poesia se abrir em flor Apagando o mal dum triste fim.
E se foram tantas e tantas luas... E nasceram tantos e tantos sóis... Os rios transbordaram e secaram Os mares foram mansos e bravios Mas aquele amor a tudo vencia... Destemido, em luz riscando o céu Uma semente pura, em solo fértil Estrela nobre no vasto Universo.
E se passaram tempos e tempos... Nos lentos ponteiros, dum relógio Quase que num vácuo se perderam D'olhar, um distante o horizonte... Suas vozes em clamor se aqueciam E seus corações de lamentos viviam Até quê, suas almas em tom de prece Uniram-se e em amor amanheceram.
Abra os braços e me acolha na paz do amor Envolva a minha alma, na tua luz em alvor... Aconchegue todo meu corpo, no teu carinho Oferecendo paixão, entre os lençóis de linho.
Leve-me contigo em sonhos a outros mundos Faça que meus versos sejam o sêmen fecundo Tatue na minh'alma, a tua alma em brandura E do teu corpo me dê o prazer, como tua jura.
Assim, eu terei noites mágicas nos teus braços No leito, cores e aromas, de flores aos maços... Neste corpo a escorrer, teus versos orvalhados E nos olhos, a luz do êxtase, por ter me amado.
Sou tão triste quanto, todo sonho que escapa E tão alegre quanto, cada romper de alvorada Sigo apenas, como um verso, de instinto frágil Uma poesia trôpega, em busca de sua morada.
E, me encontrando no mundo dos teus versos Revelo-me num silêncio de estrela imaginária Adoço a minha alma, com a voz da tua alma... E amargo o eco da noite quando me solitária.
Abraço os cristais de todos os teus sorrisos E viajo na luz, do teu olhar terno de menino Sonhando os teus sonhos desenho os meus... E o corpo em poesia, sob o teu corpo inclino.
Tomo o sumo dessas tuas viajantes palavras Encarcerando-as, na luz do amor-eternidade Tenho-te nesses sonhos e versos purificados... Deixando-te voar alto - nas asas da liberdade.
Eu me detive em me entregar a outros tantos braços Que me ofertavam o carinho e o amor em lindos laços Paixão e prazer para meu corpo deixado em carência De ter os desejos realizados em impulsos de clemência.
Eu me prendi a esse amor, que nasceu através de versos De um sorriso tão menino, como sê, uma luz no Universo Tomasse-me e me levasse pelos caminhos desconhecidos Ainda não visitados, despertando sonhos adormecidos...
Eu parei o tempo, no tempo em que o meu corpo te pediu... Os prazeres não fugazes, a plenitude que minh’alma cerziu E de cada arrepio que a minha pele sentiu, ao teu me olhar Um êxtase em longo gozo foi a essência plena de um amar.
Eu me recusei a todo coração, fechei o meu, sem titubear Por saber que só você e a mais ninguém eu poderia amar E eu te segui em silêncio e me fiz dona de tuas noites e dias E apossando do teu ser, sem que notasses, vivi a tua poesia.
Assim é que eu te amo, com latejante desejo de ter em mim Numa eterna espera, sem por minutos pensar se terá um fim Apenas eu te amo, desde a primeira palavra e o primeiro olhar Desde o imaginar as tuas mãos, com amor, todo meu ser tocar.
O amor - dois unifica Enraizado em solo fértil Ele tem a força da vida E sua semente germina Mina vidas - gera frutos Frutos de um amor “Bem-aventurados” filhos.
Neste caso... É verdade, meia árvore Foi muito cedo podada Pela vontade de Deus Pai De nós sua vida foi levada Seguindo esta outra metade Com a mesma força do amor A mesma solidez daquele início Que hoje compraz o resultado.
Lá atrás, nos parecia Tão distante esse futuro Que agora me é o presente Bem diante dos meus olhos. Ver os nossos filhos felizes Dá-me a plena certeza De que o nosso sólido amor (Mesmo saudosa da tua presença) Foi enraizado e até a morte venceu Frutificando neles, essa felicidade.