Bem que eu tento
Desvencilhar-me desse vácuo
Que toma as minhas palavras
Espalhando-as - como se elas
Não fossem minhas.
Bem que eu tento
Afastar-me dos opacos cacos
Desiguais, afiados e cortantes
Que retalham, em obscuridade
O meu sentir em versos.
Bem que eu tento
Vendar os meus olhos incertos
Cegando-os a não ver os tantos
Que olham indiferentes à frente
De seus próprios passos.
Bem que eu tento
Sondar o amanhã em frias manhãs
Com a luz que me impulsiona a viver
Fingindo não notar almas levianas
Em exílio a degradar outro ser.
Eu tento nesse intento
Levar nas palavras mais que solidão
Sonhando ir buscar além, algo maior
Se impossível o fato, aliviarei o fado
Com linhas plenas de emoção.
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