Canto lírico tem a quietude da noite Iluminando o céu, o véu de estrelas A lua acompanha o solitário verso Que sereno passeia por entre elas…
A janela moldura o vasto Universo E a poeta escreve sob a luz de velas O coração é exposto, a alma navega Colore sonhos, em tons de aquarela.
No branco papel, seu limite ultrapassa Esquece num instante a sua própria dor Doando-se em versos, para o céu e a lua Quebra o silêncio com um canto de amor.
Ah! Meu amado... Quantos os percalços Quantas noites de insônia Num chorar de alma... A ausência fez sofrida Cada nascer do sol A poesia se fez sentida Não vendo... Sem ti A cor rubra do arrebol.
Não te quero distante Quero o teu corpo amante Encostado junto ao meu Jorrando versos delirantes. Preciso sentir a tua alma Disposta a viver todos sonhos E interligada a minha Partirem até a esfera azul Num mesmo poema-céu.
Ah! Meu amado... Não quero mais o sofrer Quero o teu bem me querer Em linhas leves de poesia. Quero recostada em teu peito Soltar interrompidos murmúrios Gemendo orgasmos em teu corpo. E tendo os teus olhos nos meus Dizer-te o quanto eu te amo.
A alma colhe toda a luz de uma emoção Desperta e revolve as linhas do coração Como um verso, que na poesia é o enlace Pude ver a lágrima azul descer-lhe a face.
E não haverá canto lírico, que extravase E nem verso algum, que tão bem se case Com o sentimento que no peito eu guardo E que tem sido o meu refugio e resguardo.
Não há sombras em um verdadeiro amor Nem almas divididas por onde quer e for... Ele é a semente fecundada em ti e em mim Refazendo nossas vidas e caminhos assim.
Esse frio da madrugada Que parece gelar até a alma Traz um quê, de nostalgia Ao mesmo tempo em que O corpo agita e pede calor Em calma o meu interior Busca o encanto na poesia. E externa toda a vontade De ter a especial companhia Do meu ser amado... Bem juntinho - apaixonado Debaixo do edredom macio Para o inteiro não ser metade E um lado do leito não ser vazio. E num enroscar de corpos De beijos quentes e carícias Esquentar a fria madrugada Até o surgir de mais um dia… O amor tem na simplicidade O melhor que a vida tem A paixão de momentos a dois... Mesmo quando, já passados Aquece ao serem recordados Deixando salivar versos Ao gosto da saudade...
E cantou toda a natureza... Na voz do sabiá, do colibri, do rouxinol Andorinhas em revoadas contornaram o Sol A natureza exaltou o amor com sua leveza.
E o vento suavemente mais soprou Espalhando pelo ar, toda a rara semente Levou aos corações, o maior dos presentes Gentilmente, como brisa, o amor espalhou.
E o mar gigante e forte se manifestou Usou de suas ondas para espalhar o amor Do seu murmurar, fez uma canção em louvor E na calma do azul do céu inteiro se doou.
E os rios por sua vez, o amor quis levar Levou o sentimento maior, pelas corredeiras Todo seu esplendor deixou por suas beiras Atravessou fronteiras até se juntar ao mar.
E as florestas num espetáculo de cor Do verde fez esperança e a aquarela emprestou Deu mais tom as suas folhas e as flores pintou Da cor rubra da paixão e do mais lindo amor.
Tudo têm nos dado, a natureza rica e sábia Em prol da vida, empresta toda sua grandeza Ensina o que é o amor, brindando com pureza Integrando-nos como sua parte todos os dias...
Sou a luz incessante No teu másculo corpo navegante Sou a estrela guia O rumo certo do teu barco poesia Sou o porto seguro Pra teus versos errantes e puros.
Sou a constelação No fascínio e mistério do teu coração Sou a meiga flor Perfumando o teu jardim de amor Sou da dor a cura Embalando teu sono em imagem pura.
Sou a alma menina Que pelas noites atua e te ensina Sou o corpo mulher Que na madrugada te toma e te quer Sou fogo e sedução Fazendo-te homem, menino e paixão.
Sou pele da tua pele Que o amor da tua carne impele Sou a tua parte fiel Que em ti verte o requintado mel Sou Tu mais que Eu Que imersa em êxtase te leva ao céu.
Eu não rogo os afagos de mãos frias Nem acalento alma, de verdades vazia Não bebo vinho duma paixão desfalecida Nem suplico a quem, me fizer esquecida...
Eu visto a escuridão, com a luz do dia E deixo a noite me vestir com sua poesia E embriagar-me-ei e me darei por vencida Pelo amor que elevará e me porá rendida...