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domingo, 24 de janeiro de 2010

ALHEIO...


Não sei mais quem sou
Nem mais pra onde vou
Meu andar perdeu o chão
Meu sorriso aquela ilusão
Não mais sei pra onde olhar
Nem mais sei o que esperar.

A natureza perdeu sua cor
O céu todo seu esplendor
O mar retirou seu encanto
Pássaros calaram seu canto
Em quê posso me inspirar
Sê, cego ficou o meu olhar?

O tempo no tempo se perde
Brinca de mentiras e verdades
Escapa ligeiro entre os dedos
Faz renascer os velhos medos
Trazendo os inseguros muros
Que ofusca o puro do impuro.

Do destino não temos posse
Então que os versos endosse
Levando-me sutil ao seu jeito
Fazendo de mim o seu feito
Uma poesia só em devaneios
Sendo desta minha dor alheio.


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