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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

MULHER DO AGORA


Acorde!
Já não és, aquela menina de tranças
Que brinca e todo sonho vive, alcança
Nem tens mais na pele aquele frescor
Que ao passar os homens suspirem amor
Já perdeste o gingado das tuas ancas
E do coração fica difícil abrir as trancas.

Desperte!
Àquela hora, aquele tempo, já se foram
A juventude nos lábios e sorriso não moram
Mesmo que a tua alma ainda se sinta menina
Teu corpo já não mostra a disposição felina
Para tudo enfrentar sem os medos de errar
Porque são outros tempos pra tudo recomeçar.

Mas viva!
Afinal ainda tens muita vida nessa mulher
Que não sente os anos lhe pesar e quer
Pela vida passear, com sonhos pra sonhar
Mesmo que na face sua idade venha mostrar
E já não tem mais no corpo as formas perfeitas
Teu interior continua a amar e a inércia rejeita.

E prove!
Que hoje és melhor que ontem, agora és madura
Teu caminhar é mais firme, tua paixão mais segura
Teu olhar bem mais atento, o amor bem mais forte
Já não se ilude facilmente, nem dá asas pra sorte
Tu és mais mulher hoje do que no tempo outrora
Com a juventude guardada nessa mulher do agora.

ARTESÃ DE SONHOS


Sob tantas luas encantadas
Suspirei profundos romances
Deixei em linhas enamoradas
Amor suave e suas nuances.

Foram tantos Sóis reluzentes
Castelos de sonhos sozinhos
E império de versos carentes
Da poesia, célebres vizinhos.

Foi o mar impetuoso, generoso
Dando ondas de amor vibrante
E com brumas e ares cariciosos
Impregnou de sais noites amantes.

Assim, eu escrevi dois mil poemas
De um real caminho e mil fantasias
Esta alma poeta, de tudo fez tema
Artesã de sonhos em seu céu poesia.


BOBO DA CORTE


Em toda corte
Há um bobo
Que com cara
De tolo
Faz a alegria
Do trono.

Todo rei
Tem a sua rainha
E os plebeus...
Pequenos servis
A sua bainha
Bordando gentis.

É assim
Que esse mundo vil
Anda... Caminha...
O mais esperto ganha
O mais coitado implora
Um manda desmanda, engana
O outro se curva e chora...


segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

SÓ MAIS UMA POESIA


... Morta!

Não querias ser uma tola
Querias ser rara e nobre
Mas de vocabulário pobre
Não haverias de ir longe.

Fostes sim, uma crédula!
Vendo tantas belas flores
Onde morriam, sós, amores
Pétalas secas em seus pés.

Querias ser sonhadora
Onde sonhos não moram
E almas se desesperam
Em cansaço de espera.

Fostes assim, enganada...
Por céus d`azuis cristais
Só eram vidros, nada mais
Cacos perdidos na estrada.

Querias no olhar a ilusão
Fugaz, excitante, luzidia
Tomando, domando, arredia
Tocando profundo a emoção.

Querias o amor em requinte de sim!
Mas fostes a sombra à minha porta.
D`alma, já nasceste, poesia morta
Sem encantos, num beiral de fim...


domingo, 24 de janeiro de 2010

LÁGRIMAS BAILARINAS


Na curva da prata lua
Tinha sonhos espalhados
Era imagem de alma nua
O amor por ela esperado.

O seu corpo nu estirado
Naquela luz de alva cor
Tinha seus olhos voltados
A ilusão de eterno amor.

A sua poesia era serena
De esperança orvalhada
Em um céu de lua amena
Era doce alma inspirada.

Mas o mel lhe foi tomado
E lhe dado amargo veneno
Seus versos foram chorados
Em silêncio de um aceno.

As suas lágrimas bailarinas
Caíram do céu sobre esta Terra
E aquele sonho de amor menina
Na curva da lua ela o enterra.


ALHEIO...


Não sei mais quem sou
Nem mais pra onde vou
Meu andar perdeu o chão
Meu sorriso aquela ilusão
Não mais sei pra onde olhar
Nem mais sei o que esperar.

A natureza perdeu sua cor
O céu todo seu esplendor
O mar retirou seu encanto
Pássaros calaram seu canto
Em quê posso me inspirar
Sê, cego ficou o meu olhar?

O tempo no tempo se perde
Brinca de mentiras e verdades
Escapa ligeiro entre os dedos
Faz renascer os velhos medos
Trazendo os inseguros muros
Que ofusca o puro do impuro.

Do destino não temos posse
Então que os versos endosse
Levando-me sutil ao seu jeito
Fazendo de mim o seu feito
Uma poesia só em devaneios
Sendo desta minha dor alheio.


FEITO MENINO


Deite a tua cabeça em meu colo
Se entregue à noite feito menino
Deixe que meu ventre te aninhe
E que as mãos suaves do amor
Tua alma e teu corpo ninem...
Enquanto tudo se esvai lá fora
E o céu tem nos braços a lua
Vidas pelas ruas escorrem
E a paixão em nós se aventura
Em precioso tempo de horas.


AMOR É COISA SÉRIA


Quem faz do amor uma brincadeira

Sentimentos alheios, não respeita

É certo, que um sério risco corre

De escrever a sua própria sorte...



sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

DESEJOS NA NOITE

Lareira acesa
Meia luz no ambiente
Taças de vinho sobre a mesa
Música romântica envolvente.

Um homem e uma mulher
Em uma noite de paixão
São dois corpos que amam
Em toques de sedução.

Os beijos são trocados
Seus corpos se abraçam
As mãos buscam os traços
Todos os nós - Desatam.

Roupas uma a uma
Sendo jogadas ao chão
Dois corpos nus em volúpia
Em intensa emoção.

O tempo pára, o frio inexiste;
A trilha do prazer percorrem.
E um homem e uma mulher...
À noite, no amor se acolhem.

Nas taças, não há mais vinho
A noite vai se despedindo...
Na lareira, não há mais fogo
O dia já vem surgindo.

No nú desses dois corpos
A nudez de duas almas
Que marcaram uma noite
De prazeres e doce calma.

Nos corações uma certeza
De que o amor foi renovado
Nos dois corpos abraçados
A visão de êxtase alcançado!

NUM ESPELHO


Num espelho...
A imagem de uma alma
O avesso de um corpo
Em nuances e traços.

Nas linhas indeléveis
As inesquecíveis viagens
Aromatizadas por vinhos
De paixões em passagens.
Atos de amores sangrados
Em lenta morte e agonia
E pelo tempo estancados.
Relíquia de amor eterno
Preso e liberto no corpo
Com todo perfume e viço.
Luzes de sorrisos tristes
Alegrando alguns atalhos
E os passos de improviso.
Esperança nunca amarelada
Nem perdida por um pranto
Por ter Deus como caminho
E o amor concebendo versos.

São essências de noites nascidas
Entregues nas manhãs, aos montes
E adormecidas por dias distraídos.

Num espelho...
Uma vida - sem ter substituta
Uma alma - espelhando uma vida
De feitos - mistérios e sonhos.


CUMPLICIDADE


Olharei-te distante
Guardarei-me em silêncio
Se não me quiseres junto a ti
Debruçarei meus versos no vazio.
Não macularei as tuas noites
Quando passar bem perto
E me desviar do teu olhar
Deixando certo por incerto.
Mesmo assim...
Perfumarei as tuas manhãs
Com a essência das flores
E em prece - às alvoradas
Pedirei luz à tua caminhada...
Não revelarei o meu segredo
Guardarei em mim se quiseres
Mas tu me serás o enredo.
E se me quereres ao teu lado
Se meu amor é de tua vontade
Num desejo de corpo e alma...
Chame por meu nome
E terás amor em cumplicidade.


quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

MÁGICO SILÊNCIO


Silêncio mágico toma a alma
E os corações desatam os nós.
Os seus versos a minha voz cala
E se junta ao silêncio da sua voz.

E o céu se abre em raras luzes
Abraçando esse silêncio de nós
Os versos se unem em louvores
Anjos quebram o silêncio após.


TRISTE VER...


Quanto mais tento entender
O ser humano
Mais eu me assombro.
Por tão pouco se vender
Até por relés elogios
(mesmo se falso)
Mas contanto que acaricie
Já se dá por feliz...
Importa-lhe subir mais
Os degraus de seu ego.
São seres de almas pequenas
Que só se afirmam no outro
Para se sentirem grandes...
Bem que tento entender
Esses que subsistem
Nas trevas do Ter
E não – na luz do Ser
Ah! Como lhes faltam...
Verdade de espírito
E firmeza de caráter.

Entristece-me
Tanto esse lado do ser humano
Eu bem prefiro o silêncio da palavra
Do que palavra vazia me abraçando
Falsidade não alimenta minha alma...


FANTASMAS DA NOITE


Os fantasmas da noite
Trazem os furtivos medos
Revezam-se em sonhos
Revelam-se em segredos.

Da noite, seus anjos
Do tempo, os senhores
Espiam olhos sem mais brio
Ninam corações vazios.

Estrelas agrupadas
Rodeiam a noite solitária
As almas ouvem silenciadas
Uma poesia em terna ária.

E quando a noite finda
Vão-se fantasmas e anjos
Adormecem medos e sonhos
Em manhãs sem segredos.


QUANDO...


Quando...
No alvo dos pensamentos
Eu me encontro dentro de ti
Em grande tanto falo
Descrevendo nos versos
Tudo que em ti senti...

Quando...
Deito os meus sentimentos
Na seda d’uma poesia carmim
Por longo tempo me calo
E é esse silêncio - regalo
De te sentir em mim...

TUDO BEM! VOU INDO...


Tudo bem!
Prosseguirei nessa estrada
Que a muito caminho por ela
De saudade é chão - paisagem
E céu. Mundo d'uma só estrela.

Afinal...
Deves me ter sido miragem
O sonho que sonhei - Talvez!
A rara poesia que se desfez
Antes de um novo amanhecer.

Vou indo...
E se minha ausência sentir
Retorne algumas páginas
Ainda que jaz - amareladas
Perpetuam meu amor por ti.

E assim...
Como a chegada de um outono
Os versos caem - vão ao vento!
Desfolhando a poesia desse amor
E a saudade de tempo em tempo.


segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

MOMENTOS NO TEMPO


Momentos vividos dentro do tempo
Mágicos minutos de um tempo
No tempo a ternura de momentos
Corpos sentidos
Beijos trocados
Sublime amor num inesquecível momento.

Momentos guardados de um tempo
Coração machucado em algum momento
Lágrimas derramadas por um tempo
Solidão cruel em dado momento
Sofrimento em algum momento
Deixado lá atrás no tempo.

Reflexões no intervalo do tempo
Invasão do intimo, em certo momento.
Sentimentos na balança do tempo
Medos e incertezas de momento
A vida na espera do certo tempo.

Momentos repartidos por algum tempo
Tempo dividido com um alguém
Doação de momentos
Oferta de seu tempo
Trocando pequenos momentos
Não pedindo um tempo
Apenas fazendo de momentos
Um maravilhoso tempo.

Momentos de sabedoria passada no tempo
Ensinando e aprendendo nesse meio tempo
Fazendo de todos seus momentos
Os melhores de um especial tempo
Colhendo os frutos plantados no tempo.

Momentos que vão com o tempo
Que no tempo se perdem
Que não voltam no tempo
Momentos felizes
Momentos tristes
Momentos de Amor
Sublimes momentos.
Em lembranças, momentos vividos
Guardados no baú do tempo.

DESFALECIDA FLOR


Uma flor nasceu estarrecida
Com as ruínas e auguras da vida
Descoloriu-se, aguardando o amor
Negou o seu perfume, entristecida.

Suas pétalas, não mais vistosas
Ganharam a aparência de chorosas
E a impureza dos olhos do mundo
Roubou-lhe, a sua textura sedosa.

Uma flor morreu, em um triste dia
Como verso esquecido n’uma poesia
Sem entender da vida, as suas linhas
Partiu, ao ver o mundo sem harmonia.

SOLIDÃO


Você é a sombra que chega à noite
Rouba a minha paz e me tira o sono
Sangra o meu coração sem piedade
Deixa no escuro meus novos sonhos.

Você que ignora qualquer meu querer
Que faz que não ouve o meu implorar
Que se cega diante do dorido pranto
Não zombe mais dos meus tantos ais!

Você que ora segue os meus passos
Voltando a me ser amiga e inimiga
Leia minha alma nestes frios versos
E me ensine a não ser triste poesia...

MOMENTO


Boca mel - adocicada

Olhos Vênus - apaixonado

Alma aromatizada

Amor-sonho destilado

Toques sutis - ousados

Corpo suado de prazer

Palavras em lilás buquê

Momento - noite!

Em mim - você!

TEU EU...


Teus olhos...
Vidraças transparentes
Emolduradas por ouro
Visão d’uma vida eloqüente.

Tua alma...
Portal resplandecente
Convite de sonhos
Lírica e bela estrela cadente.

Teu coração...
Pulsar de veias urgentes
Verso em transverso
Amor por linhas inocentes.

Teu corpo...
Reduto do inconsciente
Afluente de prazeres
Instante de êxtase excedente.

Teu Eu...
Abrigo de poemas silentes
Céu enigmático
Vôos em asas ambivalentes.

domingo, 3 de janeiro de 2010

ABRAÇO DE AMOR


Entorpecida por tão bela imagem,
Minha alma suplica nova poesia...
Traz o amor colorindo essa miragem,
Escrevendo sonhos a luz do dia.

O Sol brinda essa vida de passagem,
No céu, nuvens se agrupam em harmonia,
A mãe natureza espalha a mensagem
E na brisa que passa, a sua melodia.

Os olhos desta alma ficam a espreita,
Buscando os seus versos no horizonte
E a esse esplendor não desdém, nem rejeita.

Esse sereno alvorecer me enlaça...
E a poesia em prece segue até o céu,
Louvando esse amor, que forte me abraça.